A ROSA CRUCIFICADA
O cortejo que levava Ariadne parou. O sangue escorria manchando seu o
manto negro. Montado em um cavalo amarelo a criatura com ódio gritou:
--Sou o quarto o quarto ser vivente. Venham até mim. Viemos todos do
mesmo lugar. Sigam-me!
Eles o seguiram. Ele olhou para ela dizendo:
-Mulher estas agora em minhas mãos. Não menosprezes o que tem o poder
sobre a quarta parte da terra para matar com a espada, com a fome, com
a peste e com as feras da terra.
Ariadne olhou em seus olhos vermelhos como o sangue. Já o conhecia. Em
cima do seu cavalo amarelo era visível sua arrogância e soberba....
-Por que me olhas assim!? Queres manter sua altivez mesmo quando
caída, prostrada, diante do teu adversário?Guardas o chicote!De a ela
40 açoites para que o grito da sua dor seja ouvido no céu. Assim ela
sentirá na carne e na alma que o céu é o paraíso divino dos
abandonados!
Vamos de a ela o açoite!Por que o silencio? O açoite é para o cavalo,
o freio, para o jumento, e a vara, para as costas dos insensatos e
ousadas como tu.
Nem os demónios suportam a cruz fedentina do monte estercário.
Gentalha humana saia daqui! Deixa que ela beba na solidão os pecados
dos que não acreditam na mentira.
O sol forte queimou a pele de Ariadne.
-Veja a bruxa está negra! Saiamos todos logo daqui!
Apenas três mulheres ficaram ali em frente da cruz em X no silêncio.
Veio à noite e com ela a lua crescente. Uma estrela apareceu brilhando
ao seu lado. O sangue de Ariadne escorria de sua face tocando a terra
para lembrar aos corações feridos pelos espinhos dos caminhos que tudo
na vida é passageiro. Não é justo chegarmos ao final com a nossa cruz
sem darmos o perdão incondicional.. Neste momento as três mulheres que
ali estavam diante dela começaram sua oração:
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei – nos.
.
ARIADNE
Ouve SENHOR, a minha voz!
Buscarei a tua presença.
Não escondas de mim a tua face.
SENHOR TENDE PIEDADE DE NÓS
Olhai por tua Rosa Mística
