segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CALDEIRÃO DA MAGIA ( LEIA UM POUCO DA SUA HISTÓRIA)

                O CALDEIRÃO DA MAGIA  ( LEIA UM POUCO DA SUA HISTÓRIA )

O reino perfeito de amor e beleza, continua sendo a busca constante de
todo o ser humano que, apesar de todas as desilusões, ainda tem a
esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar
melhor para se viver. A Ilha das Maçãs também recebe o nome de Ilha
Afortunada porque ali há todo tipo de vegetação natural. As colheitas
são abundantes e os bosques estão cobertos de maçãs e uvas. Avalon era
governada por Morgana e suas nove irmãs, que também possuíam o dom da
imortalidade. Avalon está associada a Caer Siddi, o Outro Mundo ou
Annwn, a Terra dos Mortos e da Eterna Juventude.

Existia em Caer Siddi uma fonte onde jorrava vinho doce e onde
envelhecimento e doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros
havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à abundância
existente na Ilha das Maçãs.

Na mitologia céltica existem dois tipos de caldeirão: o caldeirão do
renascimento e o caldeirão da abundância. Dagda, pai de todos os
Deuses, possuía um caldeirão proveniente da cidade de Múrias. Ao
provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992:77). Já Matholwch
recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele era
possível ressuscitar um morto, mas que perdia a capacidade de falar.
(Mabinogion, 1988: 31).

Havia ainda um terceiro caldeirão entre os celtas, o caldeirão do
sacrifício, no qual os maus monarcas eram jogados. É possível observar
aqui, um sentido totalmente diferente dado à figura régia, que tem
principalmente a tarefa de estabilizar a sociedade e que é descartada
quando não cumpre bem suas funções. O monarca é mais um “moderador ou
distribuidor de riquezas que um detentor de poderes civis e
militares”. Representa um garantidor da abundância, sendo o rei que
sobrecarrega os súditos de impostos, sacrificado, afogado numa tina de
cerveja ou hidromel. (Le Roux e Guyonvarc'h, 1993:63)

O tema do caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal,
inicialmente nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização
em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de
Cristo na cruz. Sangue, o conhecimento, o alimento da alma.

A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela Insula
Pomorum, é interessante observar que a passagem do tempo não é
percebida pelos humanos que para lá vão, como pode ser visto nos
relatos sobre Bran, Guingamor e Santo Amaro. (Le Goff, 93)

Por isso, as brumas obedecem apenas aos que servem ao princípio maior
dos Deuses, o equilíbrio da unidade que está dentro de cada um de nós.
A lenda se torna realidade, mas o medo, como sempre, é o grande
desafio daqueles que estão na travessia deste portal mágico, para
desvendar os segredos do Outro Mundo.

O templo é o nosso mundo interior, o altar é a ponte que nos liga as
divindades e somente nós podemos escolher adentrar dentro dele. Apenas
aqueles que compreenderem que a vida é infinita em suas possibilidades
poderão abrir suas portas. Não se iluda com devaneios desnecessários,
pois a vida é sábia e sempre nos coloca em caminhos que irão modificar
não apenas a nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca.
Faça as escolhas do seu coração, alicerçadas no bom senso e na
harmonia interior. Busque apenas aquilo que for melhor para si no
momento presente. Avalon se apresenta nos corações daqueles que são
sinceros e seguem o que lhes foi traçado pelos Deuses, mas como
sempre, somos nós que tecemos o fio do nosso destino.

Nunca duvide daquilo que foi revelado. Tenham olhos abertos tanto à
frente como atrás, pois os embusteiros geralmente moram dentro de nós.
Honrem o seu código, trabalhem sempre juntos para o bem de todos para
que, finalmente, possamos nos reunir aos nossos irmãos e anciões que,
com humildade e saber, nos auxiliam nessa trajetória. A Roda do Ano é
a Roda do Tempo, que gira eternamente. A Luz da Deusa está em toda
parte e nos chama, a todo instante, para o seu sagrado labor. A
espiritualidade está em tudo, cada qual com suas vivências e suas
descobertas, trilhando caminhos que nos levam ao sagrado equilíbrio.
Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir aquilo
que é melhor e o que realmente faz a nossa alma feliz.

Não se preocupem com fórmulas mágicas, porque a vida só vale a pena
ser vivida com todos os desafios necessários para o nosso crescimento
espiritual, mesmo que hoje você não entenda, pois o caminho não tem
volta, quanto mais aprendemos, mais somos cobrados e esse é o grande
teste da iniciação de cada um. Avalon é uma lenda que nos desperta
para uma nova realidade ou uma nova percepção. É essencial nos
religarmos à energia do amor e da sinceridade, sem competições
desnecessárias. Lembrando que as mulheres viveram quase dois mil anos
no casulo da ignorância e agora é hora de fazer valer a sua essência
divina, nunca se esquecendo, é claro, que dentro da natureza tudo se
completa e que os homens também são parte dela.


AUTOR DESCONHECIDO
FOTO DE RUY CRESPO FILHO