quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Seu Antigo Retrato


                              

                                       O Seu Antigo Retrato

O tempo da juventude
É como um punhado de areia fina
Com inquietude
Bela, pura, cristalina
Que escorre rapidamente
E também lentamente
Entre os dedos com teimosia
Lutando para deter na queda
E guardar o que sobrou
O nosso sonho ficou
No seu antigo retrato
Pendurado na parede do meu quarto
Vivemos uma eternidade
Que cabe em um segundo
De mãos dadas
Amada
Repartimos juntos como amigos
Alegria
Tristeza
Planos
Enganos
Encontros
Desencontros
O amor mais bonito
Nos lençóis claros
Nossas caricias
Sem ousadia
Para não macular
A pureza
Das nossas almas naquele instante
Olho para seu antigo retrato
Pendurado na parede do meu quarto
Ele é tudo o que o coração sente
Mas não diz
Na infantilidade
Do medo de ser feliz.
Nessa areia fina
Linda, pura, cristalina
O tempo escorre para se misturar
Na espuma das ondas do mar
Olho para trás e sinto essa verdade
Que o amor deixa rastros de saudade
Que o tempo não pode apagar.