quinta-feira, 9 de setembro de 2010

UMA SONATA AD ETERNUN









                                Ilustração de Ruy Crespo Filho







Creio que Deus nos deu a capacidade de senti-lo para acreditar


Na esperança de outras vidas futuras para provar


Que depois de tudo que vivemos em "uma vida"


Não seremos mergulhados no absurdo inconcebível do nada






Este corpo que nos foi dado é apenas o envoltório perecível da nossa alma


Para reencontrar quem se ligou pelos laços indissolúveis do amor.


Permita meu Deus, que estas palavras aqui escritas


Percorram séculos para que um dia


Os nossos anjos-guias


Possam nos fazer ler, ver e ouvir as vozes que se procuram


Como prova da nossa eterna afeição






Nessa hora retira dos meus olhos o véu negro


Que porventura me impeça de reconhecer


O olhar do meu amor...


De vê-lo e ouvi-lo como outrora


Solando em seu violino uma sonata por inteiro


Coloque como selo entre os meus seios uma rosa vermelha


Provando para o meu coração que ele não me esquece


Da mesma maneira que eu não o esqueço


Por certo nos reconheceremos


A sonata tocará os nossos corações


Ainda em muitas de nossas vidas


ad eternun